terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Celebração Do Lagarto

Tradução do poema Celebration of the Lizard de Jim Morrison, tocado pela banda The Doors.



Celebração do Lagarto


Leões nas ruas & vagueando
Cachorros no cio, raivosos, espumando
Uma fera enjaulada no coração da cidade

O corpo de sua mãe
Apodrecendo no chão veranil.
Ele fugiu da cidade.

Ele foi para o Sul
E cruzou a fronteira
Deixando o caos & desordem
Ali atrás
Sobre seu ombro.

Numa manhã ele acordou em um verde hotel
Com uma estranha criatura gemendo ao seu lado.
Suor escorria de sua pele brilhante.

Tá todo mundo aí?
Tá todo mundo aí?
Tá todo mundo aí?
A cerimônia está para começar.



Acorde!
Você não consegue lembrar onde esteve.
Esse sonho tinha terminado?
A serpente era de ouro pálido, envidraçada & encolhida.
Tinhamos medo de tocá-la.
Os lençóis eram quentes prisões mortas
E ela estava ao meu lado, velha,
Ela não, era; jovem.
Seu escuro cabelo ruivo.
A macia pele branca.
Agora, corra até o espelho no banheiro,
Olhe!
Ela está vindo aqui.
Eu não posso viver em cada lento século de seu movimento.
Eu deixo minha face escorregar
Na úmida superfície gelada.
Sinto o bom e frio sangue ardente.
O brando sibilante das serpentes na chuva...



Outrora eu tive, uma brincadeira
Eu gostava de rastejar, de volta para dentro de meu juízo
Acho que você sabe, qual a brincadeira que quero dizer
Me refiro ao jogo, chamado ‘enlouquecer’

Agora você deveria tentar, esta brincadeira
Só feche os olhos, esqueça seu nome
Se esqueça do mundo, se esqueça das pessoas
E nós ergueremos, uma torre diferente.

Esta brincadeira, é divertida de se fazer.
Só feche os olhos, não há como perder
E eu estou bem aqui, também estou indo
Perca o controle, estamos avançando

Cavando de volta ao juízo
Regresando e passando pelo reino da dor
De volta aonde nunca teve nenhuma chuva.

E a chuva cai suavemente pela cidade
E sobre a cabeça de todos nós
E nos labirintos de fluxos
Abaixo, a calma e sobrenatural presença de
Apreensivos moradores das colinas ao redor,
Répteis infestando
Fósseis, cavernas, ar fresco das montanhas.


(Cada casa repete um molde
            Janelas cerradas, bruto carro
                      Trancado até o amanhecer.
Todos agora dormindo, tapetes em silêncio,
                    Espelhos vagos, poeira cega
                              sob a cama


Do casal legitimado vexame
          nos lençóis & filhas,
                      garridas com sêmen, olhos
                                            nos mamilos dela.)


Espere!


Houve uma chacina por aqui.
            (sirene)

            (Não pare para falar ou olhar ao redor
            Sua luvas & seu leque estão no chão
            Estamos deixando a cidade
            Estamos adentrando a jornada
            E você é aquela que eu quero que venha)



Sem tocar a terra
Sem olhar o Sol
Nada resta a fazer,
Senão marchar, marchar, marchar
Vamos marchar

Casa no topo da colina
A Lua está imóvel
Sombras das árvores
Testemunhando a briza selvagem
Venha bebê
Marche comigo
Vamos marchar

Marche comigo
Marche comigo
Marche comigo,
Vamos marchar

A mansão é calorosa no topo da colina
Fino são os quartos & os confortos de lá
Vermelhos são os braços das luxuosas cadeiras
& você nada saberá até que se adentre.


O cadáver do presidente está no carro do motorista
O motor funciona à base de grude e piche
Venha comigo, nós não estamos tão longe
Para Leste para encontrarmos com o Czar.


Marche comigo
Marche comigo
Marche comigo,
Vamos marchar


Alguns foras-da-lei vivem à margem do lago

A filha do pastor está apaixonada por uma serpente

Que vive em um poço à beira da estrada

Acorde, garota, estamos quase em casa.

Devemos ver os portões logo pela manhã,
Devemos estar lá dentro ao anoitecer.

Sol Sol Sol
Queima Queima Queima
Logo Logo Logo 


Lua-Lua-Lua
Eu vou te pegar
Em breve
Em breve
Em breve!




                (Silvo)

Deixem os sinos do carnaval tocar
Deixem a serpente cantar
Deixem tudo


                (Sinos)

                 Desbotamento

             Noite no Deserto

              Vozes do Fogo


“Nós viemos de rios & estradas 

Nós viemos de florestas & cascatas 

Nós viemos de Carson & Springfield
Nós viemos da dominada Phoenix 

E eu posso lhe contar os nomes do Reino

Eu posso lhe contar das coisas que você conhece

Escutando por um punhado de silêncio
Escalando vales dentro da escuridão”







                      Sons do fogo

            (sibilos, cascavéis, castanholas) 


“ Eu sou o Rei dos Lagartos
Eu posso fazer qualquer coisa
Eu posso fazer a Terra parar de seu curso
Eu fiz os carros azuis irem embora.


Por sete anos eu habitei

Nos amplos palácios do exílio,

Jogando jogos estranhos

com as garotas da ilha.

Agora eu retorno
Para a terra dos justos, & dos fortes, & dos sábios.


Irmãos e irmãs da pálida floresta
Oh Crianças da Noite
Quem entre vocês irá marchar com a caçada? 


                                                              -Gritos de assentamento-


Agora a Noite chega com sua púrpura legião
Aposente-se agora para as suas tendas & para os seus sonhos
Amanhã entraremos na cidade do meu nascimento
Eu quero estar preparado.”


Música

-Desbotamento-
Fim









Music by The Doors
Copyright 1970. Doors Music Co.
Traduzido por Cris del Mar

Nenhum comentário:

Postar um comentário