quarta-feira, 8 de maio de 2024

Triste Domingo

 

A melancolia do Domingo me pegou mais uma vez.

Tomado por esse vazio irracional,

Tento me lembrar da última vez que fiquei assim.

Esse sentimento que alastra e traz consigo a angústia.

Solidão.

Quem realmente está ao meu lado?

Revisito em minha cabeça os acontecimentos dos últimos anos

E são poucos aqueles que permaneceram comigo.

Pra onde a vida há de me levar?

Solidão.

Me arrebata a mente esse sentimento nostálgico,

Sinto em minhas veias as memórias do passado.

Ah, e como dói!


Escuto frequentemente que pareço ser mais novo do que sou.

Que tenho o rosto de alguém de 21 anos.

Mas agora eu aos meus 26, crio essa sensação de que nunca envelheço ou que nunca vou crescer.

Mas quem realmente cresce?

Não somos todas crianças fingindo ser algo que não somos pra agradar alguém que fingimos querer?

A vida é uma jornada, não destinos.

E essa jornada é um eterno aprendizado.


Revisito as memórias do passado e me vem essa sensação 

De que por mais eu tenha vivido,

Ainda assim, não me sinto crescido. 

Quando será o meu ápice?

E minha queda?


Sinto falta dos velhos tempos, mas sei que não vão voltar mais. 

Eu só tenho o agora.

Sobrevivemos a uma pandemia que dizimou muitas vidas.

A custo de quê?

Será que todos superaram?

Difícil dizer.


São tempos estranhos esses que vivemos.

Estão sempre anunciando o fim do mundo pela TV.

Eu olho pra trás e sinto que depois da Covid, nada será como antes. 

E que antes disso era realmente uma outra vida.

Será que vivo numa simulação do meu próprio ser?

Não importa.

Porque já aceitei que nada será como antes.

E o que me resta é somente o agora.

(Até o futuro nos foi tirado!)


E onde havia grandes pastos verdejantes

Toma o lugar um cinza,

Quente

Como lava.

O próprio inferno veio nos abençoar.

Mas é assim a vida.

Cíclico.

O poder de criar também é o mesmo de destruir.

Como no hinduísmo,

Um amigo meu me explicou uma vez...

São três entidades, a que cria, a que conserva e a que destrói.

É o equilíbrio.

Pra uma nova história nascer,

Outra deve perecer.


Pessoas devem ir embora 

Pra que outras tomem o lugar

E povoem com a alegria da vida.


Talvez seja essa a dificuldade da solidão.

De entender que há momentos que nenhum e nem outro acontece, mas só a existência de nós mesmos.


Prefiro não me alongar.

Mas ao invés de lamento,

Gratidão.

Que hoje seja o fim e começo de um ciclo.

Afinal, devo agradecer por minha semana,

Mas também devo agradecer pela próxima.

Que nada seja o mesmo 

E que a maré da mudança me traga águas rasas e cristalinas.

Que eu possa contemplar em seu sorriso

O início e o fim do universo.

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