A noite entrava deixando seu perfume no ar.
As ruas já desertas,
Se cobriam de neblina noir.
Cuidado!
O assassino saiu para brincar.
Um som estrondoso assustou os cavalos,
Fez uma das rodas quebrar.
Perdido,
Foi obrigado a procurar
Um abrigo,
Uma casa, qualquer lugar.
Em teu seio, encontrou a moradia
Quem diria!
Estava difícil de enxergar,
As lanternas quase se apagaram quando o vulto apareceu.
Distinto,
Misterioso,
“Ei! Quem está aí?"
“Sou eu, seu amor!”
“Quem?”
Oh, que dor!
Suas presas me esfolaram
Meu sangue agora é teu
Como você, agora sou eu.
Minha alma,
Assim como a tua,
Jaz quebrada.
Me completa,
Faz do teu gozo
A minha jangada.
Não!
Pena,
Dor e
Raiva!
O vulto não aparenta ser
Quem diz ser.
É Lúcifer.
É Drácula.
É bela, de fachada.
Me rouba.
Te roubo.
Somos dois,
Mas o mesmo, que estorvo!
Agora lhe pago o troco.
Sou eu quem mordo!
Está em minhas mãos
E assim vai rodando o jogo...
De amor para ódio,
De ódio para amor.
Assim vamos nos esfaqueando
Até não sentir mais nenhuma dor.
Veja...
A manhã vem vindo.
Quem de nós dois
Vai ter um trágico final?
Terrível destino.
Eu abro meu peito
Esperando...
Esperando...
Esperando...
Ouço o som de mil metralhadoras
Sangue...
Nós dois jazemos caídos.
Nós dois atiramos.
Nós dois fodidos.
Terrível destino.
- Data (?/?/?)
